quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Teto Sossegado

...."Nasci sob um teto sossegado"... esse trecho de um poema do baiano Waly Salomão me faz lembrar parte da minha infância, momentos que vivi debaixo de um pergolado, ali construí minhas idéias, fantasias e brincadeiras...


A palavra pérgola tem origem no latim antigo, no termo “pergula”, que se refere a uma cobertura protetora.


No final da idade media e início do renascimento, alguns jardins apresentavam túneis verdes que eram feitos de plantas que podiam ser facilmente substituídas e eram agrupadas de modo a formar uma série de arcos. Os arcos eram entrelaçados com longas tiras nas quais eram cultivadas plantas trepadeiras, o que formava uma passagem à sombra, que ficava fresca e seca durante as chuvas. Estes caminhos verdes eram os antepassados dos pergolados modernos.



Por volta do século XVII, as pérgolas começaram a ganhar a forma que conhecemos atualmente. As primeiras eram normalmente maiores do que as atuais, sendo construídas com grandes pilares de pedra ou tijolos. As pérgolas tiveram uma fase de esquecimento nos séculos XVIII e XIX, quando vigorou um estilo naturalista de paisagismo. Contudo, a sua popularidade foi recuperada no século XX, sendo vistos atualmente em jardins, terraços, e pátios externos de empresas ou residências.


A principal diferença entre um
caramanchão e pergolado é sua utilização em um jardim. Embora sejam praticamente a mesma coisa, um caramanchão é feito de madeira e serve basicamente para dar suporte a plantas trepadeiras.



Os pergolados, ou pérgolas
podem ser feitos de madeira, ou outro material como o bambu, eucalipto,concreto ou metal, seu principal uso é decorativo, para sombreamento de áreas abertas. Nada impede o plantio de trepadeiras, que dão suporte a plantas e protejem o ambiente do sol e da chuva. Podem ser cobertos ou não. Inspire-se e faça o seu!



As pérgolas tem diversas funções, podem ser apenas um lugar de passagem, um espaço para o cultivo de plantas, para receber amigos, podendo ainda ser utilizadas como garagem, ambiente de leitura, refeições ou simplesmente um espaço de descanso e contemplação.


Um pergolado de madeira oferece um efeito natural e tem rápida montagem. Possui fácil instalação e também pode ser removido sem grandes transtornos, porém exige mais cuidados com a manutenção para que a madeira seja preservada. Lembrando sempre que é importante verificar a procedência da madeira optando por material de origem certificada.


No caso da madeira e do bambu, é preciso que esses materiais passem antes por um tratamento de impermeabilização e contra insetos, para que fiquem mais resistentes.






Para manter o pergolado de madeira em bom estado, é necessário lixar e aplicar verniz especial para madeiras periodicamente. Porém, há algumas que resistem bem ao tempo e adquirem uma aparência desgastada e acinzentada, que lhe confere características rústicas muitas vezes bem-vindas, tal qual os dormentes de trens.



O eucalipto citriodora é indicado por ser de reflorestamento e imune aos ataques de insetos, com grande durabilidade e resistência.




Ideal para casas urbanas, de campo ou de praia – sobretudo em lugares quentes –, esse tipo de estrutura deve ter fundação sólida e cobertura que proteja de chuva e sol. A execução deste projeto do arquiteto paulista Leo Laniado, em Bragança Paulista, SP, começou pelas brocas (escavadas no solo) e sapatas, que visam dar estabilidade ao conjunto. Depois, veio a armação de eucalipto tratado quimicamente, o contrapiso e o piso. Resistente e leve, o policarbonato foi eleito para o topo. Verniz na madeira, e pronto – reaplicação em dois anos.



Já o pergolado de metal tem fácil instalação e remoção, é durável, permite diversos formatos e opções de cores. Seu uso está cada vez maior devido à agilidade na execução, estética diferenciada e leveza da estrutura. Porém, assim como a madeira, exige cuidados e manutenção frequente e oferece uma pequena economia nas fundações, uma vez que elas terão que sustentar menos peso. A Estrutura feita de ferro ou aço, deve ser protegida com uma aplicação de produtos contra ferrugem.





Outra opção é o pergolado de concreto - são muito duráveis e têm melhor custo benefício, pois não exigem gastos adicionais com manutenção. As estruturas são muito usadas em casas que apresentam características contemporânea. Porém, como são pesadas, necessitam de um tempo maior de execução devido à preparação das formas, as ferragens das armaduras e, também, pela necessidade de contar com um período de cura, sendo uma obra um pouco mais suja.



Os elementos decorativos, o mobiliário e a iluminação fazem toda a diferença, deixando esses espaços ainda mais charmosos e aconchegantes!














As trepadeiras perenes são plantas de textura semi-lenhosa ou lenhosa, adequadas para cobrir estruturas maiores, como pérgulas, caramanchões ou pórticos. Seu crescimento pode ser um pouco lento, mas o cuidado dispensado é normalmente recompensado com belas floradas e sombras fresquinhas. Abaixo algumas espécies que gosto muito.

Sapatinho de Judia

Jade Azul


São inúmeras as espécies que podemos usar, sempre com belas flores e algumas com perfume. As mais fáceis de serem cultivadas são as de caule maleável e as que se enrolam sozinhas, tais como o jasmim (Jasminum azoricum), a tumbérgia (Thunbergia grandiflora), o sapatinho de judia (Thunbergia mysoriensis), a sete léguas (Podranea ricasoliana), o amor agarradinho (Antigonon leptopus), a flor de jade (Strongylodon macrobotrys), a lágrima de cristo (Clerodendron thomsonae), entre outras.




Jade Vermelha

A escolha da espécie antes da construção da pérgula é fundamental, pois as trepadeiras com flores pendentes como a flor de jade, sapatinho de judia e glicínia (Wistaria floribunda), precisarão de um pergolado mais alto.

Amor Agarradinho

Aconselha-se uma boa adubação e poda de contenção (retirada de galhos que estejam atrapalhando a passagem) e a poda constante para retirada de folhas e galhos secos. Com isso, em cerca de um ano você terá uma linda cobertura verde.

Glicínea

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